Embora seja relativamente recente no mercado – foi fundada em 2020 – o know-how por detrás da One Outfit tem uma história mais longa. «A pandemia afetou muito a empresa dos meus pais – a Rorene – que fechou em 2020 e a One Outfit nasceu por eu achar que tinha ali uma oportunidade, que poderia começar a fazer algumas coisas com os clientes que se tinham aguentado no pós-covid», explica, ao Portugal Têxtil, Ricardo Rocha, fundador e CEO da One Outfit.
O que começou por ser apenas uma empresa comercial, com recurso à subcontratação para satisfazer as necessidades dos clientes, rapidamente avançou para a produção própria, primeiro de amostras – que são produzidas na totalidade dentro de portas – e atualmente também de pequenas séries.
«Ao longo dos primeiros dois anos percebi que a empresa estava muito dependente de outros e percebi também que tudo aquilo que confecionava internamente tinha uma margem de lucro um bocadinho superior. Por isso, foi por aí que comecei a enveredar», indica Ricardo Rocha.
A One Outfit conta neste momento com 23 funcionários, embora a confeção propriamente dita esteja reduzida a seis pessoas. «É pequena e vai ficar pequena. O nosso objetivo é esse, também porque a nossa quantidade mínima é de 25 peças. Não estamos à procura de coisas grandes, estamos à procura de peças bem pagas», refere.
O investimento em equipamentos tem vindo a ser reforçado, com carro de estender, corte automático e máquinas de diferentes pontos que permitem trabalhar «todo o tipo de têxteis», sublinha o CEO.
Première Vision em fevereiro
A empresa, que recorre também à subcontratação de pequenas confeções, está agora a tentar abrir os horizontes e chegar a mais clientes. «Consegui manter-me durante este tempo todo com os nossos cinco ou seis clientes. Mas neste momento precisamos de mais, porque as quantidades pequenas transformaram-se ainda em mais pequenas. Tinha um cliente que encomendava 8.000 peças por ano, sendo que eram 25 a 50 peças por modelo e, se calhar, este ano, já só está a encomendar 4.000 peças. Ou seja, preciso de mais clientes para colmatar essa diminuição», revela Ricardo Rocha.
O primeiro passo nessa estratégia passou pela presença no Modtissimo, com as feiras a deverem-se tornar «regulares» para a One Outfit. A próxima paragem deverá mesmo ser a Première Vision, já em fevereiro de 2024. «Há de ser a primeira feira internacional», indica.
A empresa está igualmente a reforçar a aposta em marketing e na sua presença digital. «Sinto que há a necessidade de começar a divulgar a One Outfit para começarmos a atingir outros públicos», aponta o CEO.
A ideia é ter mais clientes de mercados da Europa e, numa segunda fase, os EUA, com foco «em clientes que façam vestidos de cerimónia – esse é o cliente que eu quero, que procure peças de valor acrescentado», conclui Ricardo Rocha.